Os arquivos e bibliotecas são parte integrante dos serviços de informação do país, mas certamente há aspetos que os caracterizam e que motivam uma troca de experiências que proporcione um enriquecimento de todos os profissionais, que se refletirá na melhoria dos serviços onde desempenham a atividade. Outra área de interesse comum é a cooperação entre profissionais e instituições que permite reunir esforços, rentabilizar todos os recursos desde o tempo, orçamentos e recursos humanos.
Lançamos o desafio a todos os profissionais para apresentarem práticas, reflexões, projetos que sejam de interesse comum e promovam o desenvolvimento dos serviços de informação (arquivos e bibliotecas) da região sul, que contribuam para o seu prestígio e o reconhecimento do seu papel na sociedade.
Participe neste Encontro entre Arquivistas, Bibliotecários e Documentalistas na bonita cidade de Beja!
A BAD Sul pretende com este encontro contribuir para a reflexão e o debate em torno de duas temáticas:
Do papel ao Digital
Muitos são os desafios que os profissionais da informação encontram no seu dia-a-dia, desde as limitações financeiras das entidades, alteração dos paradigmas, aumento da produção documental, desatualização dos Fundos, desadequação da legislação à realidade, entre muitas outras situações.
No entanto, o maior desafio destes profissionais prende-se com a evolução tecnológica, que conduziu à alteração de suportes, ou seja à passagem do papel ao digital. Atualmente, as Bibliotecas e os Centros de Documentação lutam para conseguir adquirir equipamentos que permitam organizar, tratar e difundir a informação digital.
Os Arquivos deparam-se com as mesmas dificuldades para disponibilizar a documentação histórica à sua guarda, mas com toda a certeza o maior desafio é a forma como devemos tratar e organizar a documentação que é produzida diariamente, tendo em vista a urgente implementação de planos de preservação digital.
Dinamização cultural: serviço à comunidade; que comunicação; boas práticas; cooperação entre bibliotecas, arquivos e centros de documentação A relação dos serviços de bibliotecas e dos arquivos com as suas comunidades é feita de desafios que partem de um pensar sobre a sua missão, num ambiente social que fruto da tecnologia lhe retirou o papel de exclusivos guardiães da informação. As bibliotecas fizeram esse percurso mais cedo, por razões que se prendem com a valorização social da leitura e da educação. Os arquivos mantiveram-se durante mais tempo como “valores patrimoniais” da memória passada, e presente, de uma comunidade ou de uma organização, inerente à sua ação identitária, funcional ou legal, ambos os casos pautados pela ausência de uma política de divulgação dos seus serviços e de processos de valorização do seu contributo para a história da comunidade.
Importa pensar hoje como se posicionam estes serviços no seu binómio entre mediadores da informação e agentes culturais da comunidade. Sendo que hoje em dia a mediação envolve outros agentes que dominam tecnologias que trazem outros desafios e que por vezes moldam soluções de resposta e interação mais ou menos dinâmica com a comunidade.
Importa pensar hoje como o trabalho das bibliotecas, arquivos e inclusive museus, através de uma visão criativa e inovadora pode extravasar os limites dos territórios individuais e organizacionais, e se pode focar no utilizador e na comunidade, de modo a partilharem uma imagem social e uma estratégia de trabalho comum, que pode ser desenvolvida por exemplo em torno da cultura local/regional, espólio por excelência rico em diferentes suportes de informação (livros, jornais, revistas, fotos, música, registos sonoros, oralidade, vídeos, registos cinematográficos…).